domingo, 2 de dezembro de 2007

Mais um dia estou aqui... Pronto para escrever o que vier à minha mente! Mas é aí que está o problema: não tenho nem idéia do que poderia escrever hoje aqui!

O que fiz hoje: de manhã, fui à igreja. Tomei banho, almocei lasanha (humm), e fiquei lendo. Agora estou aqui, sem saber o que escrever.

Eu disse em um post que iria falar sobre a doença que tive durante este ano; mas não sei por onde começar. Como não tenho outra coisa, vou falar sobre isso mesmo.

Como você, blog, já está cansado de saber, há algum longo tempo venho sofrendo com a acne - até aí tudo bem, nenhuma novidade. Por conta disso, no final do ano passado, a dermatologista recomendou que eu ingerisse todos os dias um antibiótico - comecei tomando-o três vezes ao dia, mas depois fui diminuindo, como ela recomendara. (Até que esse procedimento deu alguns resultados positivos, e diminuiu bastante as espinhas em quantidade.) O que isso tem a ver? Bem, meus pais - e, a princípio, eu também - apontaram o antibiótico como sendo o causador da doença que tive.

Bem, eu não me lembro exatamente quando foi que ocorreu, só sei que, num determinado momento deste ano, eu comecei a ter diarréia várias vezes ao dia. Se não me falha a memória, no início, eu simplesmente ia com mais freqüência ao banheiro e minhas fezes saíam um pouco mais moles (não encontrei outra palavra para amenizar o sentido desta). Isso, começou quando estive com a minha família no Guarujá - no final de janeiro. Enfim, não me lembro como nem quando, só sei que passei a ter diarréias diariamente e mais de uma vez.
Com a diarréia, eu tive: emagrecimento, palidez, desânimo (simplesmente não tinha vontade de fazer nada, a não ser ficar deitado na cama), falta de apetite e muitas dores abdominais - insuportáveis.
Obviamente, todos perceberam que eu estava ficando muito magro (apesar de eu não achar) e que estava pálido, abatido.

Fiquei sofrendo sozinho durante uns três meses, ou um pouco mais, até que minha mãe resolveu me levar à uma consulta numa endocrinologista.
Fomos lá, a médica perguntou se eu estava usando drogas (¬¬), passando por algum momento difícil, se estava me alimentando normal e se meu intestino estava funcionando normalmente. Eu, como não queria que minha mãe soubesse, disse que sim; então ela examinou meus olhos e pediu que eu fizesse uns exames.

Voltamos para casa, passou-se um tempo, até que, finalmente, resolvi contar à minha mãe o que estava acontecendo e pedi a ela que não comentasse com ninguém. (Inútil, toda a minha família, inclusive parentes distantes, ficaram sabendo e até hoje perguntam: "Você já está melhor?", o que me irrita profundamente.) Depois disso, fomos novamente à endo, minha mãe disse que eu omiti que estava com diarréia; fui encaminhado para um gastro, fiz vários exames: de sangue, fezes, ultrasom, endoscopia e, o mais traumático de todos: a colonoscopia.

No primeiro exame de colo, juntamente com a endoscopia, até que não foi tão ruim, mas o segundo, que fiz no mês passado - ou finalzinho de outubro -, esse sim me deixou com traumas, porque já estava curado. Como se não bastasse o procedimento necessário no dia anterior ao exame (fazer uma dieta, tomar meio pote de leite de magnésia e, durante a madrugada, a cada 15 minutos, tomar um copo cheio de um líquido simplesmente horrível com gosto de limão, até não agüentar mais - eu até vomitei e, só de lembrar, já me dá náuseas.), eu tive que ficar desde cedo até o final da tarde no hospital.

Chegamos (eu e minha mãe) umas 10h na UNIMED, depois eu tive que me vestir com (como é que eu posso dizer?...) um avental de TNT, sem nenhuma roupa por debaixo. Tive de me separar da minha mãe, fui deitado em uma maca e levado até uma salinha, onde fui anestesiado. (Fiquei com aquela "seringuinha" de plástico presa na minha veia durante o tempo todo.) Apaguei. Quando acordei, estava numa sala diferente, em que as duas paredes laterais eram divisórias feitas de um material resistente e, a frontal, uma cortina. Lembro de ter ouvido algumas vozes antes de acordar por completo.
Daí, me disseram que meu cólon não estava totalmente limpo, e que eu precisaria evacuar. (Aí começou o meu desespero.)

No começo, não sabia o que fazer. Estava deitado, fraco, sozinho. Surgiu um homem que aparentava ter entre 30/40 anos. Ele me descobriu, fiquei com minhas partes íntimas completamente à mostra (na hora nem me preocupei, estava muito fraco), dai ele introduziu no meu ânus tipo um tubinho de plástico ligado a uma bombinha, e começou a bombeá-la. Fui sentindo um líquido gelado entrando em mim, uma sensação extremamente desagrádavel.
Feito isso, ele colocou uma frauda em mim, disse que era pra eu evacuar e saiu da sala. Quase que imediatamente, fiquei com vontade de fazê-lo então o fiz na frauda. Só que não era pouco e comecei a sentir o líquido quente vazando e tocando em meu corpo. Não sei se foi impressão minha, mas o homem demorou uma eternidade para voltar. Quando finalmente retornou, eu falei o quanto havia saído, mas ele disse que não tinha problema. Quando ele abriu a frauda, percebi que ele não esperava que saísse tudo aquilo; tirou a frauda, abriu novamente meu
"aventalzinho" e me limpou. Eu estava muito constrangido.

Passado isso, fiquei mais um tempo esperando e o mesmo processo se repetiu. (O que mais me desesperava era ter de ficar sozinho naquele cubículo fechado; deitado sobre a maca muito desconfortavelmente, com sede e com um tubo de soro preso à minha veia.)
Novamente, o processo foi repetido só que, desta vez, fui ao banheiro e eu mesmo me limpei, felizmente.

Voltei à maca, fiquei uma bom tempo lá e, em um determinado momento, fiquei com vontade de urinar, mas tive de fazê-lo num (como posso explicar?) penico metálico, mais ou menos parecido com a lâmpada mágica do Aladdin.
Espera. Espera. Espera. Desespero.
Naquela hora, só queria fazer logo o exame, acabar logo com aquilo e, principalmente, a companhia de um dos meus pais (ou dos dois).
Passado muito tempo fui para a sala de exame (umas 16, 17h; seis horas de espera, aproximadamente!!!), apaguei novamente e, quando acordei, estava novamente naquela salinha com as divisórias. (Pensando bem, acho que era toda composta por cortinas, exceto atrás, que era parede mesmo.) Tive de esperar mais tempo, numa posição nada confortável, daí minha mãe apareceu, um tempinho depois. Fiquei mais tranqüilo.
Mais espera. Espera. Espera. Lá fora, já havia escurecido.
Comi algo, esperei mais um pouco, e, finalmente, viemos para casa!

Bem, acho que é só. Ah! No diagnóstico desse último exame, a minha doença foi considerada como colite em remissão. Hoje, me sinto extremamente bem, sem nenhum vestígio da doença; graças a Deus fui curado.
Lembro que, no início, pensei que teria de conviver com aquilo por toda a minha vida (já que a Doença de Chron não tem cura, os sintomas vão e voltam), mas, hoje, tenho certeza de que nunca mais passarei por isso novamente - se Deus quiser.

That's all.

PS. Pensei que essa história não daria nem dois parágrafos, e olhe quanto deu!

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